ATA DA SEXAGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 05-8-2009.

 


Aos cinco dias do mês de agosto do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juliana Brizola, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir José Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/09 (Processo nº 2575/09); pelo Vereador Elias Vidal, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 017 e 019/09 (Processos nos 3030 e 2909/09, respectivamente); pelo Vereador Marcello Chiodo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 125/09 (Processo nº 2906/09); pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 138/09 (Processo nº 3207/09); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Resolução nº 022/09 (Processo nº 2934/09); pelo Vereador Valter Nagelstein, o Projeto de Lei do Legislativo nº 124/09 (Processo nº 2855/09). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 179993, 189643 e 200877/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Ofício s/nº, do Núcleo de Comunicação da Superintendência Estadual do Rio Grande do Sul do Banco do Brasil, e Ofício s/nº, do Senhor Cláudio Janta, Presidente da Federação Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores no Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical do Rio Grande do Sul – FETRACOS/RS. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Quinquagésima Primeira, Quinquagésima Segunda, Quinquagésima Terceira, Quinquagésima Quarta, Quinquagésima Quinta, Quinquagésima Sexta, Quinquagésima Sétima, Quinquagésima Oitava, Quinquagésima Nona, Sexagésima, Sexagésima Primeira e Sexagésima Segunda Sessões Ordinárias e da Sexta, Sétima e Oitava Sessões Extraordinárias. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza e a Vereadora Fernanda Melchionna. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de integrantes da Terreira da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Aldacir José Oliboni. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia doze de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Luiz Braz, Maria Celeste, Toni Proença, Ervino Besson e Maristela Maffei. Na oportunidade, o Vereador Valter Nagelstein manifestou-se acerca do teor do pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, em Comunicação de Líder, tendo o Vereador Engenheiro Comassetto manifestado-se a respeito. Às quinze horas e doze minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo Licença de Tratamento de Saúde do Ver. Pedro Ruas para o dia 04 de agosto de 2009.

Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das 51ª a 62ª Sessões Ordinárias e das 6ª a 8ª Sessões Extraordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, eu realmente me orgulho de ser Vereador desta Câmara Municipal. Tenho visto, ao longo do tempo, atritos entre os Vereadores; é verdade, eventualmente eles ocorrem, mas jamais assisti a uma Sessão igual a que anteontem aconteceu no Senado Federal. A tropa de choque - a de choque mesmo, porque é constituída de Renan Calheiros, constituída de Collor de Mello, de Wellington Salgado - agrediu o Senador gaúcho Pedro Simon. Se eu tivesse que expressar numa foto o ódio, eu teria colocado a foto do Sr. Collor de Mello. Ora, querer defender o Sarney e dizer que é um caso político me aborrece profundamente! Não é um caso político, são transações comerciais e tomada de dinheiro que não é seu; isso não é política! Política é a realização do bem comum, isso sim é política! Agora, empregar desnecessariamente familiares da namorada, do namorado, netos, tomar o terreno de um, escriturar lá em Brasília, para dizer que o gasto que lá existe é da família Sarney... Não! Isso não é nada político. Isso é ordinário mesmo! E me admiro ser defendido por um Renan Calheiros, ou Collor de Mello, ou Wellington Salgado! Eu até gostaria de não ser defendido, se eu tivesse sido acusado de alguma coisa, porque acho que o Sr. Renan Calheiros não tem a dignidade necessária para fazer a defesa de alguém. Não fora a votação secreta, ele teria sido cassado. Usufruir de 3,8 mil reais... Faz de conta que não sabia! Isso não é político, é financeiro!

Bom, de qualquer forma, o Sr. Sarney é o pior brasileiro que já nasceu neste País, grandes males fez e continua fazendo a este País. Dizem que ele auxiliou a transição democrática. Não, não auxiliou nada, ele se aproveitou da oportunidade e usou, de forma indevida, o poder que lhe foi atribuído. E usou até como Senador que era, como Presidente de Honra da Arena, como recém passado para o PMDB. Ele sabia que não tinha o direito de assumir a Presidência da República, que ela deveria ser assumida por Ulysses Guimarães; ele sabia disso, mas assumiu! Dizia que queria quatro anos, e a primeira medida foi solicitar cinco anos e ficou cinco anos. Cinco anos, e nos deixou no último mês com uma inflação de 85% ao mês! Nós, agora, quando ouvimos falar em 8,5% de inflação ao ano, ficamos espantados. Ele deixou 85% ao mês! De qualquer forma, espero que o Brasil melhore.

E por falar em inflação de 85%, o IPCA do ano passado foi de 5,53%. E não foi repassado aos servidores municipais na forma da lei. Lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. E nós, legisladores, temos o poder e o dever de fiscalizar. Isso nós vamos fazer. Eu estou apenas esperando que venha alguma coisa do Executivo, já que tem conhecimento dos posicionamentos que fiz desta tribuna, mas até agora não recebi nada. Mas, na próxima semana, já tenho documentação preparada para dar continuidade. O Executivo pode e deve pagar os servidores a partir de maio deste ano, para que a lei seja cumprida. E não esqueçamos nós todos que juramos cumprir a Lei Orgânica, portanto devemos fazer com que as leis do Município sejam cumpridas. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; até não pensava em vir ao plenário hoje, mas fui incentivado pelo que disse o Ver. João Dib. Nós temos, evidentemente, que tratarmos aqui de assuntos que digam respeito à cidade de Porto Alegre, mas é evidente que temos o direito também - porque não somos alienados - de analisar algumas coisas, às vezes, que acontecem “lá em cima”.

Não estranho o que se fala de Fernando Collor de Mello, não estranho o que falam de Renan Calheiros, de Sarney. Não! São todos pecinhas que a gente já conhece. Agora, a peça que eu não conhecia nesse envolvimento todo se chama Lula, que agora diz que ia tirar a bóia de salvação do Sarney, mas já está voltando atrás, porque, nos bastidores, diz que vai trabalhar incessantemente para que continue tendo o apoio do meu Partido, que é o PMDB. Mas o PMDB de lá não é o PMDB daqui; como acredito que, em relação ao próprio PT, há o PT de lá e há o PT daqui. Acredito sim, apesar de todos os defeitos, dos problemas que a política do Rio Grande do Sul vem apresentando ultimamente, que nós ainda continuamos sendo diferenciados, tanto gente do PMDB, do PT, do PDT, enfim, nós ainda fazemos uma política diferenciada, apesar de termos entrado também na barca dos escândalos, das acusações, de tudo isso que está acontecendo e que, hoje, às 15 horas, poderá desembocar em coisas oficiais a respeito das denúncias que foram feitas no início do ano pelo Ver. Pedro Ruas e pela Deputada Luciana Genro.

O Lula continua, como Presidente, sendo um dos mais populares, mas ele, primeiro, ajudou o Chaves, ajudou o Evo, e há esse episódio agora com o bispo Lugo, aquele da “mulherada” lá do Paraguai. Pois não é que o Lula teve o topete - a autoridade que não teria para isso - de romper um tratado que foi estabelecido na Hidroelétrica de Itaipu, e nós é que vamos pagar a conta, porque o Seu Lula resolveu “abrir as pernas” também para o bispo Lugo. Isso é lamentável!

Nós aqui estamos tratando de Sarney, que é uma peça, e disse bem o Dib: “Um brasileiro que não deveria ter nascido”. Eu afirmo: José Sarney é um brasileiro que não deveria ter nascido ou, pelo menos - para não sermos tão violentos -, para a política! Nós temos Fernando Collor de Mello “de dedo” em Pedro Simon! Mas quem é Fernando Collor de Melo? O que eu sei é que ele é um bom lutador de caratê, e aí? Nada mais do que isso! É um facínora, um bandido, um delinquente, mas está como Senador da República! Aí tu pegas o Renan Calheiros, que não tem a mínima moral para chamar a atenção de alguém, e ele vai para um confronto direto com o Senador Pedro Simon, que para mim pode ter os seus defeitos - e tem; quem de nós não tem defeitos? -, mas pelo menos, em relação à retidão, à honestidade, a gente pode “botar a mão no fogo” por ele. Não digo nem por trabalhos prestados à República, não. Não vou a tanto! Mas um político que pelo menos se mantém no campo da honestidade, que não é corrupto, que não desvia dinheiro público já tem uma qualificação. E esse é o Pedro Simon. Lamentavelmente, a gente vê, através da televisão, Simon sendo agredido por quem? Por Fernando Collor de Mello, por Renan Calheiros! E em defesa de quem? De José Sarney! Mas quem é que deu toda essa autoridade para essa tropa de choque entrar na briga? Lula! Lula, desde o começo, vem segurando Sarney! É aquela obsessão pelo poder. A permanência no poder com Dilma Rousseff, custe o que custar!

Então, quando nós saímos um pouco dos assuntos de Porto Alegre e vamos para os assuntos de esfera da República Federativa do Brasil, o que vemos? É um desânimo, é uma tristeza só, porque o Senado, ameaçado até de fechar, ao invés de prestar algum serviço à sociedade brasileira, está prestando um desserviço. Agora, por favor, não vamos só partir para cima de Fernando Collor de Mello, Renan Calheiros e José Sarney. Lula está no mesmo time. “Diga-me com quem andas, e eu te direi quem és”! E, se criarem mais bolsas - há “bolsa-mendigo”, bolsa-família, bolsa não sei o quê - poderão, sim, fazer um novo Presidente da República na figura da Sra. Dilma Rousseff! Mas a quadrilha, para mim, é a mesma. Do meu Partido: Sarney, Renan Calheiros. São todos iguais; PT, PMDB, PDT, PTB são todos rigorosamente iguais! A quadrilha é essa, o comando é do Lula, e o resto vem atrás. E quem achar que é o contrário, por favor, se manifeste! O chefe da quadrilha chama-se, sim, Lula, o Presidente da República!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, pessoal que nos assiste nas galerias, eu queria, neste pronunciamento de hoje, primeiro saudar os atores que desenvolvem o trabalho cênico como instrumento de discussão social, os atores da Terreira da Tribo, que estão hoje nas galerias do plenário. Na verdade, aproveito este espaço para debater um tema muito importante para a cultura popular de Porto Alegre e para os atores que nos acompanham hoje aqui.

Acabo de receber uma revista que foi lançada na semana passada por ocasião da comemoração dos 25 anos do grupo Terreira da Tribo. Essa revista será disponibilizada a todos os Vereadores da Casa e vem justamente a calhar no momento em que esse grupo completa 25 anos de história na cidade de Porto Alegre. A história do grupo não é dissociada da história da Cidade; pelo contrário, o grupo, nessa comemoração, conseguiu demonstrar que o teatro pode e deve ser utilizado como instrumento de discussão social, pode e deve ter um caráter popular, pode e deve permitir acesso a todo mundo, seja nas oficinas, para a formação de atores; seja na promoção das peças de rua, nos teatros que acontecem de caráter gratuito, proporcionando acesso ao teatro àqueles que em Porto Alegre muitas vezes não têm nem recurso para pegar um ônibus. Infelizmente, a cultura e o teatro em geral, no nosso Brasil, vide Lei Rouanet, constituem-se num privilégio de poucos grupos e de poucos que têm recurso para acessar. Esse grupo, na comemoração dos seus 25 anos, conseguiu juntar a representação das comunidades, dos mais pobres da Vila Pinto, da Restinga, aos que já têm o costume de assistir às peças que são feitas pelo teatro popular de rua. O grupo conseguiu colocar no mesmo espaço aqueles que têm dinheiro para pagar uma peça no Theatro São Pedro, mas que têm prazer de assistir às belíssimas peças como a “Saga dos Canudos”, como a “Comédia do Trabalho”, como tantas outras que o grupo desenvolve.

E o mais curioso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que esse grupo ainda não tem uma sede, ele depende da boa vontade, depende daqueles que apoiam o teatro para lhe ceder o espaço para fazer suas oficinas. Agora o grupo ganhou um espaço na Cidade Baixa - que é muito importante -, e nós, nesta Casa, podemos dar a nossa demonstração de apoio ao teatro popular; nós, desta Casa, que aprovamos a Usina das Artes; nós, desta Casa, que aprovamos a Lei de Fomento ao Teatro; nós, desta Casa, podemos na segunda-feira, quando votarmos o Plano Plurianual, votar uma Emenda que permita recursos para a construção da sede, que será um espaço de oficinas, um espaço de exposição, que será um espaço democrático e popular, para que possamos desenvolver ou afirmar esse caráter de teatro, que possam esses colegas ter o seu espaço. Apresentamos uma Emenda - seis Vereadores desta Casa: esta Vereadora, o Ver. Toni Proença, o Ver. Ervino Besson, o Ver. Pedro Ruas, a Verª Sofia Cavedon, o Ver. Beto Moesch -, disponibilizando uma parte do recurso necessário para a construção da sede; para a outra parte, nós teremos que disputar as Emendas federais, mas nós o faremos.

E queremos, aqui da tribuna, agradecer a presença da Martinha, da Tânia, do Paulo, do André, dos artistas que estão aqui; não só agradecer as suas presenças, mas aproveitar para pedir o voto de cada um dos 36 Vereadores desta Casa, porque Porto Alegre precisa e merece ter a construção da sede, permitindo que os porto-alegrenses, os jovens, a comunidade tenham instrumentos físicos, sim, de teatro popular, com a democratização e centralização da cultura. Contamos com o voto dos Srs. Vereadores e das Sras. Vereadoras na segunda-feira. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Queremos agradecer e louvar a presença do pessoal de teatro da Terreira da Tribo nesta nossa Sessão Plenária do dia de hoje.

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Adeli Sell, saúdo V. Exª, demais colegas Vereadores, Vereadoras e o público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje. A população de Porto Alegre aguarda apreensiva, como todos nós, a decisão do Governo quanto à política de prevenção da gripe A H1N1. Todos nós sabemos que isso tem sido, nos últimos dias, o grande debate da sociedade; inclusive o próprio Poder Público tem adiado as aulas, como também o setor privado, mas, logo ali, no dia 17, inicia-se tudo novamente. O Governo Municipal ainda não se pronunciou sobre como vai fazer a prevenção, se vai dar as condições de trabalho aos educadores, aos profissionais de Saúde e à população que busca esse atendimento médico.

Por essa razão nós pedimos o comparecimento imediato do Secretário Municipal de Saúde, que representa o Governo Municipal - o Prefeito José Fogaça -, para que nos explique de que forma ele vai poder não só atender a necessidade desta Cidade, mas de que forma ele vai poder disponibilizar à população de Porto Alegre a medicação chamada Tamiflu, como também a possibilidade de, em breve, termos a vacina para toda a população de Porto Alegre. Lamentavelmente, ouvimos pela imprensa que o Governo está comprando 18 milhões de vacinas, mas que isso não será o suficiente nem mesmo para aqueles que trabalham diretamente nos hospitais ou na área da Saúde. O fato nos causa uma certa apreensão e, de uma certa forma, também, uma indignação pela morosidade do Governo Fogaça. Nós percebemos que hoje, se um médico tomar a liberdade de prescrever a medicação para combater a chamada gripe A H1N1, o cidadão que tem na mão a receita não encontrará a medicação no mercado, nem mesmo de forma particular. E o Governo não diz quando vai ter, e, em todos os prestadores de serviço, essa apreensão é visível, pertinente, presente, porque, em todos os serviços, hoje se utiliza a famosa máscara, que, na verdade - todos nós sabemos -, tem durabilidade de apenas três horas. Passando esse prazo, o profissional de Saúde encontra-se apreensivo. O Governo não diz de que forma vai poder fornecer a todos, conscientemente, esse tipo de material.

Por outro lado, o Governo Fogaça cai no descrédito quando o Tribunal de Contas da União aponta inúmeras irregularidades do Programa de Saúde da Família, inclusive pedindo o afastamento do Instituto Sollus, empresa que gerencia os serviços de Saúde em Porto Alegre. Ao cumprir esse período de aviso, que seria de trinta dias, o Governo não diz como vai ser feito esse gerenciamento e coloca as mais de cem unidades, as mais de cem equipes de Programa de Saúde da Família, em cheque. Eles não sabem de quem vão receber o aviso ou a que entidade vão pertencer; o Governo deveria ter assumido isso há muito tempo, pois o Projeto de Lei que mandou para esta Casa, tentando dizer à sociedade e ao Ministério Público que cumpriria o TAC - Termo de Ajustamento de Conduta -, esta Casa ainda não votou.

Portanto, Ver. Todeschini, Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, temos uma reunião convocada pela própria Comissão amanhã, às 17 horas, nesta Casa, exatamente para que o Governo se pronuncie sobre o Programa de Saúde da Família, pois para nós, com certeza, para todos os profissionais e para aqueles que dependem de um atendimento direto, rápido e orgânico, está sendo uma grande decepção essa ação desenfreada, dita e fomentada pelo Governo atual. E, se assim continuar, com certeza não só teremos munição para pedir uma nova CPI, como também para pedir o afastamento do Secretário Municipal da Saúde pela sua ação improcedente. Ele não tem condições de continuar dessa forma, pois está colocando a população de Porto Alegre cada vez mais apreensiva e sem condições de credibilidade. Queremos, em nome da Bancada de oposição, referendar, afirmar a nossa indignação quanto à atual gestão da Saúde de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sr. Secretário, Ver. Tessaro, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero, em primeiro lugar, dirigir-me ao grupo de artistas da Terreira da Tribo, que estão aqui. Neste ano, no primeiro semestre, já aprovamos a Usina da Artes - que funcionará na Usina do Gasômetro - e a Lei de Fomento às Artes, sempre com o apoio quase unânime deste Plenário da Câmara de Vereadores. Já estão consignadas, no Plano Plurianual, as Emendas que atendem às expectativas da Terreira da Tribo, e vamos tentar construir aquilo que é possível. Tenham a certeza todos vocês de que, da parte do Governo, sob a inspiração do Prefeito José Fogaça, terão, na nossa base, amigos, aliados que estão tratando com muito interesse as questões da cultura da nossa Cidade. Então, desejo êxito nessa demanda; que possamos, de fato, fazer valer aquilo que ficar consignado no Orçamento da Cidade.

A propósito da fala dos Srs. Vereadores, eu gostaria de alcançar a cada um dos Vereadores um documento que me chega aqui da Secretaria da Saúde do Município, detalhando, diferentemente do que disse o Ver. Oliboni, as ações diligentes, preocupadas, como todos nós estamos, do Poder Público Municipal com relação à gripe A H1N1. Está aqui, faço questão de distribuir aos senhores, que poderão se inteirar daquilo que o Município - através da Secretaria Municipal da Saúde, do Secretário Eliseu Santos - está fazendo para combater isso, que é uma novidade que nos assusta e que deixa todos apreensivos, que é o vírus H1N1.

Com relação ao Orçamento, eu quero estranhar e lamentar - com relação ao Plano Plurianual, que prevê o Orçamento para os próximos anos - a notícia que ontem foi publicada no Jornal do Comércio e que hoje, novamente, foi publicada no mesmo jornal e faz pesar sobre os meus ombros uma acusação que é absolutamente injusta, até porque não é a nossa prática aqui - aquela velha prática que nós tanto criticamos lá de Brasília, e logo em seguida vou me ater a isso, do toma lá dá cá. Nós tivemos uma realidade posta, que foi a seguinte: o Plano Plurianual chegou à Câmara, e os Vereadores propuseram 73 milhões de reais em Emendas. O Prefeito José Fogaça e o Gabinete de Programação Orçamentária ficaram preocupados: “Não existem 73 milhões para emendarmos o Orçamento, nós vamos ter que conversar”. No intuito de poder atender aquela que é uma legitima demanda dos Vereadores, que têm relações com suas bases, com a sociedade, nós resolvemos fazer uma oferta, que não era de cooptação - diferentemente do que disse a Vereadora Líder do PT. Muito antes pelo contrário, era uma oferta de equidade, generosa, que dizia o seguinte: “O que nós vamos dar aos Vereadores da base vamos dar para os da oposição”. Sem barganha nenhuma! Não tem toma lá dá cá! Valeu a mesma regra para todos! Aí aparecem os Vereadores da oposição no jornal dizendo que estava se estabelecendo aqui uma barganha. Eu estou aqui com a relação, só a Bancada do Partido dos Trabalhadores propôs 14 milhões, 712 mil e 774 reais em Emendas. Eu, Srs. Vereadores, não propus nenhuma, sou contra a lógica, mas respeito quem queira propor. Agora, o que eu não posso aceitar é que alguém vá ao jornal e diga o seguinte: “Estão fazendo um balcão, um toma lá dá cá!”, e apresenta 3 milhões e 100 mil reais em Emendas; 2 milhões e 300 mil em Emendas. Então, por favor, onde está a coerência?! É só isso. Nós, que tanto reclamamos da política no Brasil, sejamos coerentes!

E quero fazer um repúdio - concluindo, Sr. Presidente - à Direção nacional do meu Partido, o PMDB, que infelizmente foi tomada por figuras abjetas que atentam contra a dignidade da política, que representam tudo aquilo que nós não queremos na política brasileira. Quando eu vejo, no cenário do plenário do Congresso Nacional, o Senador Pedro Simon na tribuna se manifestando e sendo contraditado por aquela figura pegajosa, asquerosa da República brasileira, aderente da República brasileira, que foi Ministro em tudo que é Governo, que se chama Renan Calheiros, um “coronel das Alagoas”, eu sou obrigado a bater no peito e ter orgulho do meu Senador Pedro Simon! Quando eu vejo um Collor de Mello, que foi defenestrado da política brasileira, que infelizmente voltou ao Congresso Nacional, me obrigo a bater no peito e dizer que tenho orgulho do Senador Pedro Simon e da política que ele faz! Desejo não que os Partidos se depurem, porque as instituições, como foi dito pelo Ver. Haroldo, infelizmente, todas elas padecem do mesmo problema, mas que o eleitor tenha consciência de que a depuração do processo político brasileiro e a melhoria de alguma coisa neste nosso País passam, necessariamente, pelo exercício consciente da cidadania e do voto. Se não tivesse sido votado, o Sr. Sarney não estaria no Congresso; se não tivesse sido votado, o Sr. Collor de Mello não estaria no Congresso.

Para além de tudo isso, resta uma dúvida: a quem interessa a destruição do PMDB? A quem interessa que, em vez do Tião Viana, tenha sido eleito o Sarney para a Presidência do Senado? A quem interessa esse estado de coisas? Interessa a um grupo - concluo, Sr. Presidente - que, infelizmente, é hegemônico dentro do Partido dos Trabalhadores: o grupo do Sr. José Dirceu! Porque foi ele que derrubou Tião Viana, é ele que apóia Sarney, é ele que, em última análise, quer destruir o PMDB, porque é o grande Partido a fazer oposição ao Partido dos Trabalhadores. Sinto muito a postura do Presidente Lula, que tem sido o grande responsável, porque ele, o Presidente Lula, é quem tem blindado o Senador José Sarney na Presidência do Senado. Espero que nós passemos o mais rápido possível dessa triste quadra da política brasileira. Minha solidariedade e a nossa - Ver. João Pancinha, Ver. Dr. Raul, Ver. Haroldo de Souza, Presidente Sebastião Melo, Ver. Bernardino -, da Bancada do PMDB, a esse exemplo de vida pública, exemplo para o Brasil, que é o Senador Pedro Simon. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Elias Vidal solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 05 a 12 de agosto de 2009. A Mesa declara empossada a Suplente, Verª Maristela Maffei, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, também quero dizer ao grupo Terreira da Tribo que nós não vamos ter nenhum problema em votar, na próxima segunda-feira, a Emenda que vai acompanhar o Projeto do Plano Plurianual, porque acredito que realmente faz justiça a um grupo que vem difundindo bastante a nossa cultura. Então, se Deus quiser, na segunda-feira, vamos aprovar a Emenda.

Ver. João Dib, eu sou um daqueles Vereadores que também não estão fazendo isto por barganha, também não apresentei nenhuma Emenda neste Plano Plurianual oferecendo recursos para qualquer instituição. Não o fiz apenas por um motivo: acho que este Plano Plurianual veio de forma errada para a Casa. Nós temos dentro da Constituição um planejamento para que os Orçamentos possam ser votados, existem três fases que devem ser respeitadas, porque, senão, não há motivo de fazermos esse planejamento. São três as fases, Ver. Comassetto. A primeira é o Plano Plurianual, quando se estabelecem as linhas gerais para os quatro anos. Não é nessa fase que deveríamos fazer a destinação dos recursos, essa é a fase inicial do planejamento. Deveríamos estar discutindo as linhas gerais para os quatro anos, a política orçamentária para os quatro anos. Depois vem as Diretrizes Orçamentárias, quando colocamos as linhas que vão nos levar ao Projeto de Orçamento, que é votado lá no final do ano, aí vamos determinar quais são as verbas e para onde vão - vamos endereçar esses recursos.

Eu acho que o Governo mandou de forma errada o Projeto, e os Vereadores acompanharam a linha do Governo e emendaram de acordo com aquilo que o Governo fez. Quero registrar que eu não concordo - eu, Ver. Luiz Braz, não concordo - com a forma como veio o Projeto e com a forma como as Emendas estão entrando no Projeto. Ver. Valter Nagelstein, grande Líder do Governo aqui nesta Casa, já que a situação está posta, e nós temos prazos de votação, então vamos acompanhar as Emendas melhores, aquelas que realmente são mais justas. Mas faço questão de não colocar Emendas pelo menos agora nesta fase, porque acho que não cabem Emendas endereçando valores agora no Plano Plurianual. Fica até muito difícil. Esses recursos que estão sendo colocados são recursos para quatro anos? Para este ano? Tudo o que nós estamos votando agora no Plano Plurianual valerá por quatro anos. O Governo - Ver. Valter Nagelstein, acho que V. Exª tem que conversar com os homens responsáveis por isso -, nos próximos Orçamentos, tem que corrigir a forma de oferecer o Projeto para esta Casa com relação ao planejamento que é colocado pela Constituição.

Eu quero falar rapidamente, Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell, de um novo bloco político fundado em Brasília, o “bloco do eu não sei”. Porque esta frase é mágica: “Eu não sei”. Primeiramente foi o Presidente Lula que, com as coisas acontecendo na porta do seu gabinete, lá do “mensalão”, disse: “Eu não sei”. E se livrou de tudo e ficou inatacável. Depois, o Sr. José Sarney, tendo uma Fundação com o seu nome, ele, Presidente da Fundação, dizia que não sabia daquela Fundação: “Eu não sei”. E com o “eu não sei” também se livrou de tudo praticamente, e tenho certeza de que vai continuar presidindo o Senado Federal. Ontem, com 300 milhões de reais circulando em suas contas, o Sr. Paulo Maluf, que também é desse “bloco do eu não sei”, também se livrou de tudo dizendo: “Eu não sei desse dinheiro que está circulando nas minhas contas”. Eu tenho certeza de que esse bloco vai crescer muito, porque, afinal de contas, com a temperatura que está lá em Brasília, isso vai crescer demais, e o “bloco do eu não sei” eu tenho certeza absoluta de que vai ficar realmente gigantesco.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero saudar com muita alegria os artistas da Terreira da Tribo que estão conosco nesta tarde e que vêm aqui reivindicar uma importante Emenda colocada no Plano Plurianual - esta Casa tem tido responsabilidade com a Cultura na Cidade, no que diz respeito aos projetos e, em especial, a esta Emenda.

Gostaria de falar rapidamente sobre o Projeto Plurianual. Penso que há um equívoco muito grande do Executivo quando encaminha - da forma como foi proposto o Projeto a esta Casa - com valores. E o Ver. Luiz Braz foi muito feliz na intervenção que fez. O Plano Plurianual determina as diretrizes, as intenções de um projeto político para a Cidade. Ocorre que as Emendas que foram sendo elaboradas e que foram propostas especialmente pela Bancada do Partido dos Trabalhadores e também pela Bancada do PSOL reintroduzem algumas questões importantes para a Cidade. Quando o Vereador Líder do Governo vem a esta tribuna falar de valores, eu quero aqui dizer que nós apenas abrimos janelas de possibilidades. É lamentável que o Plano Plurianual venha para esta Casa sem qualquer indicativo da possibilidade de instalação do metrô na cidade de Porto Alegre. Não há nada, nenhum recurso aportado, nenhuma diretriz para o metrô na cidade de Porto Alegre, e, lamentavelmente, verificamos que o tema dos Portais está garantido. É lamentável não verificarmos ali, no aspecto da Saúde, as questões tão candentes do processo do acolhimento, do atendimento na área da Saúde, do concurso público para o PSF, por meio de Emendas apresentadas pelo Ver. Aldacir Oliboni. É lamentável não termos isso aprovado e nem termos construída a possibilidade da aprovação da Emenda da orla, ou seja, a Emenda que resgata a possibilidade de proporcionar qualidade de vida ao porto-alegrense, no sentido de a Cidade estar disposta para a orla. É focando esse tema que nós trabalhamos, que apresentamos emendas e nos propusemos a trabalhar.

Agora, Ver. Valter Nagelstein, quem está criando uma nova modalidade nesta Casa - e quero lamentar aqui essa modalidade que V. Exª está instalando pela primeira vez na Câmara Municipal -, com relação à proposta de valores para os Vereadores nas Emendas, é Vossa Excelência. Os jornais da Cidade publicaram que o Governo Municipal, através da Liderança de V. Exª, propõe liberar 50 mil por Vereador. Isso, para nós, é um toma lá dá cá, sim. Isso é uma forma de fazer política completamente inadequada, e eu lamento que tenha sido colocado dessa forma nos jornais, criando um constrangimento para a Câmara Municipal, porque essa prática nunca foi realizada, durante esses oito anos que estou na Casa, no Plano Plurianual, nunca foi realizada em Orçamento algum, em nenhuma discussão de Orçamento da cidade de Porto Alegre. Há, sim, uma negociação no sentido de estabelecermos quais são as melhores Emendas, de que forma nós vamos fazer, mas do ponto de vista do método, do mérito dessas Emendas, da importância das Emendas para a cidade de Porto Alegre. Quanto a estabelecer valores, é a primeira vez, durante esses anos que estou aqui - estou no terceiro mandato -, que sou surpreendida com essa nova deliberação e essa nova forma de fazer política, aos moldes do Congresso Nacional!

Ouvi várias Lideranças que vieram aqui inclusive atacar o Governo Federal, o Governo do Presidente Lula, mas nós, que repudiamos a forma como as Emendas parlamentares são distribuídas no Congresso Nacional, não vamos permitir que nesta Casa, na Câmara Municipal de Porto Alegre, se estabeleça uma nova forma de fazer política: a política do toma lá dá cá, com Emendas, com valores e propostas como essa que, lamentavelmente, o senhor fez ontem através da imprensa da Casa. Repudiamos esse tipo de iniciativa, e lamento que o Prefeito Fogaça tenha autorizado esse tipo de discussão, essa negociação. Se do Mampituba para cima, o Senador Pedro Simon critica duramente a posição do Sarney; aqui no Rio Grande do Sul, eu gostaria de ouvir a opinião do Pedro Simon sobre o Governo da Yeda, sobre as denúncias que estão sendo colocadas aí, especialmente espero que haja uma manifestação do Senador Pedro Simon, também, em cima do que hoje o Ministério Público Federal irá publicizar, para que todos nós possamos estar cada vez mais conscientes do que acontece no Estado do Rio Grande do Sul, no Governo da Governadora Yeda.

Então eu quero lamento mais uma vez a posição do Líder do Governo, que tem uma prática diferenciada daquilo que nós construímos ao longo dos anos aqui nesta Casa, especialmente no que concerne ao desrespeito às Emendas do Plano Plurianual. Não comungamos com essa prática, não comungamos com essa metodologia; queremos, sim, construir possibilidades de trabalho e metodologia diferenciada, pelo bem da Cidade. Não negociamos Emendas, e as nossas Emendas, Ver. Valter Nagelstein - para concluir -, foram feitas com base na proposta trazida pelo Executivo em cima de valores, mas, no Plano Plurianual, não há necessidade de aporte de valores; há necessidade, sim, de deliberação de diretrizes para tanto. Lamentamos que estejam querendo implantar, aqui na Câmara Municipal, uma política parecida com a do Congresso Nacional, mas estamos vigilantes e alertas e não permitiremos isso.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ver. Valter Nagelstein, é um Requerimento ou uma Questão de Ordem?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Requerimento de consignação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Requerimento?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Que fosse consignado nos Anais da Casa - em face da fala da Verª Maria Celeste - que a Vereadora não concorda, como ela disse, e que ela produziu 7 milhões, 912 mil e 774 reais em Emendas; que o Ver. Engenheiro Comassetto, que também aplaudiu, produziu 2 milhões em Emendas; que o Ver. Oliboni produziu 4 milhões e 351... E a Verª Sofia produziu 450 mil...

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador, isso não é Questão de Ordem. Se V. Exª quiser, use o tempo de Liderança partidária.

O Ver. Toni Proença, Líder do PPS... (Pausa.) Vereadores, se for sobre o tema, não vou conceder... Ou é uma Questão de Ordem ou um Requerimento. O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Requerimento ao Líder do Governo: que retire o meu nome da sua citação, porque este Vereador seguiu simplesmente a regra do Executivo para poder participar do processo.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador, não é uma Questão de Ordem, não é um Requerimento.

 O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoas que nos visitam, quero fazer uma correção. Eu não sou o Líder do PPS, falo em tempo de Liderança do PPS. O Líder do PPS, o Ver. Elias Vidal, não está presente, encontra-se em Licença de Saúde.

Ocupo esta tribuna para dizer ao Plenário e a todos que nos visitam hoje que a Bancada do PPS vai votar favoravelmente a Emenda, e já assinamos a Emenda proposta pela Verª Fernanda Melchionna que abre uma janela de possibilidades para que se tenha o financiamento, consignado no Plano Plurianual, para a construção do Território Cultural da Terreira da Tribo. Votamos favoravelmente a Emenda, e ela tem lá um valor, mas esse valor é simbólico. Como bem disse a Verª Maria Celeste, a forma proposta pelo Executivo foi esta, portanto é necessário botar um valor. Pouco importa o valor; o que importa é a decisão de estar consignado no Plano Plurianual um recurso destinado à construção do espaço para a Terreira da Tribo, que há 25 anos presta serviços culturais inestimáveis à cidade de Porto Alegre, notadamente nas suas oficinas, que contemplam comunidades da periferia.

Ainda há pouco eu conversava com o Ver. Tarciso sobre o trabalho que ele faz por meio do esporte, formando cidadãos e disputando com o tráfico os nossos jovens, as nossas crianças, nas periferias de Porto Alegre. A Terreira da Tribo também faz esse trabalho. Quando a Cidade se volta toda para uma ação de prevenção ao uso de drogas, principalmente do crack, quando se envolvem todas as entidades, todas as instituições, principalmente esta Câmara de Vereadores, nós não devemos deixar passar uma oportunidade como a que estamos tendo agora de estabelecer um recurso para que uma entidade com uma iniciativa, uma ação de energia da própria sociedade, como é a Terreira da Tribo, possa ajudar a formação de cidadãos através da Cultura e da Educação e disputar os nossos jovens e as nossas crianças com o tráfico na cidade de Porto Alegre.

Por isso o PPS assina esta Emenda, por isso o PPS apoia esta Emenda, porque o PPS tem, por conceito e por convicção, que os investimentos na cidade de Porto Alegre são decididos pelo Orçamento Participativo. Assim a Cidade, há 20 anos, já se decidiu por esse método; assim a Cidade, há 20 anos, vem executando o Orçamento, principalmente o Orçamento público, no que diz respeito aos investimentos. Mas o investimento no Espaço Cultural da Terreira da Tribo, muito mais do que um investimento puro e simples, é o investimento de uma política pública, de cultura pública que privilegia as periferias. Eu sempre tenho ouvido aqui, nos últimos seis meses, o Ver. DJ Cassiá clamando muito por verbas para a Cultura, principalmente para as periferias, nas comunidades mais deprimidas da Cidade. Pois aqui nós temos uma oportunidade de estabelecer uma iniciativa de forma concreta, abrindo essa janela no Orçamento público municipal, no Plano Plurianual, para que a gente possa estabelecer uma política pública através da construção do espaço territorial, do Espaço Cultural Terreira da Tribo, dando assim a eles melhores condições de trabalho, melhores ferramentas para disputar as crianças e a juventude de Porto Alegre, principalmente das periferias, com o tráfico e com as drogas. Por isso o PPS, embora acreditando, Ver. Tarciso, que seja através do Orçamento Participativo que se devam decidir os investimentos públicos municipais, o Orçamento público municipal na cidade de Porto Alegre, quando se tratam de políticas públicas, pode e deve, sim, a Câmara de Vereadores intervir e fazer propostas e sugestões, porque é caminhando junto com a democracia participativa que a democracia representativa pode construir uma cidade melhor, a cidade que queremos. Um abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos. Aos Vereadores que compõem a Comissão da qual faço parte - Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana - e à Presidenta, Verª Juliana Brizola, quero dizer que não estive presente à reunião de ontem porque me encontrava em representação na Expointer, a pedido do Presidente desta Casa. Representei, com muito orgulho, todos os Vereadores e Vereadoras no almoço de abertura da nossa Expointer.

Na Legislatura passada, por um Requerimento do Presidente da Casa, o Ver. Sebastião Melo, foi solicitado que a Comissão recebesse um grupo de pessoas, moradores e proprietários do edifício que fica na Rua Marechal Floriano. O Presidente da Comissão era o Ver. Elói Guimarães, mas, como ele tinha compromisso, eu presidi, na oportunidade, a Comissão. Depois de ouvirmos os proprietários e as pessoas que utilizam as lojas na parte debaixo do edifício, um edifício com 460 salas - há 52 anos começou sua construção e não terminou até hoje -, achamos por bem fazer uma visita. Recordo que, naquela visita, vários Vereadores se fizeram presentes. Também se fizeram presentes o Ministério Público, a Brigada Militar, os bombeiros, a SMIC, a SMOV e outras entidades. Encaminhou-se naquele momento no sentido de que fosse feito um estudo muito profundo a respeito do risco daquele edifício, dada a situação em que se encontrava - e que se encontra no dia de hoje.

Infelizmente, parece que as coisas não andaram como foi combinado. Eu, por cobrança da população - pois lá há comerciantes e proprietários dos apartamentos -, solicitei neste ano uma reunião com a Presidenta da Comissão, a Verª Juliana Brizola. Estava lá a maioria dos Vereadores: o Ver. Adeli Sell, a Verª Juliana, este Vereador, o Ver. Marcello Chiodo, o Ver. Pedro Ruas, Ver. Toni Proença e mais Vereadores que não pertencem à Comissão - o Ver. Bernardino Vendruscolo e o Ver. Mauro Zacher. Também foi tratado a respeito das providências que haviam sido encaminhadas, porque o pessoal não teve retorno até o momento. Mais uma vez foi encaminhado no sentido de que os órgãos públicos e todas as pessoas que se envolveram lá contratassem um perito para que fizesse uma avaliação total do prédio, para que não houvesse - queira Deus que não - uma tragédia com aquele edifício.

Casualmente, hoje pela manhã eu estava na SMOV, meu caro Presidente, tratando de vários assuntos, sendo que um dos assuntos foi a respeito do prédio da Rua Marechal Floriano. E o Engenheiro Adriano, prontamente, também preocupado com a situação, disse que esse processo está na mão do Procurador Alimena e que vai agilizar para que se tome uma posição a respeito da situação do edifício da Praça XV, porque é um prédio com 460 salas e inacabado. A Prefeitura e a Câmara Municipal têm que se envolver, tomando uma providência, para que não aconteça um acidente de gravidade. Eu ouvi aqui algumas pessoas, por exemplo, o Ver. Tessaro e outros, dizerem que parece que mais alguns tijolos caíram.

Então, quero só comunicar aos nobres colegas Vereadores, porque faço parte da Comissão que está tratando disso e a pedido da Presidente e dos demais Vereadores, estou dando o relato de que hoje pela manhã também estava tratando na SMIC com o Engenheiro Adriano. O mais breve possível quero trazê-lo a esta Casa, para que possamos dar uma satisfação aos Vereadores, aos proprietários das lojas, ao Dr. Mater, que está muito preocupado, e ao Dr. Ramalho, proprietários, para tomarmos uma decisão. Era o relato que eu precisava dar, meu caro Presidente, a pedido da Presidente, a pedido da Comissão. Vou falar novamente com o Engenheiro Adriano, tentei ligar agora há pouco, vou tentar novamente, para colocar a preocupação dos Vereadores e sobre o que foi tratado ontem na Comissão da qual este Vereador faz parte. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham neste momento, quero cumprimentar, com todo o respeito, o público que se faz presente, principalmente aqueles que não apenas colocam mas constroem a cultura da nossa Cidade e do nosso País. Temos muito orgulho, pois a nossa Deputada Federal hoje, a ex-Vereadora Manuela D’Ávila, foi autora da Lei do Fomento ao Teatro. Na segunda-feira, estaremos aqui, com a unanimidade desta Casa, para votar com a cidade de Porto Alegre, pois, por longo tempo, ficou com ônus muito grande em relação à Terreira da Tribo. Independente da questão ideológica, todos os Partidos, de certa forma, têm essa dívida com esta representação da Cultura, que nos é muito cara. E tenham, na sua mente, na sua alma, a concepção não apenas da cultura como quem vem trazer, mas de quem respeita todas as vertentes e raízes que constroem a cultura do nosso povo. Desde já, podem contar com o nosso apoio e o nosso voto na segunda-feira em relação à Emenda. E quero parabenizar aqueles que já haviam assinado. (Palmas.) Vocês merecem. Nós merecemos.

Ver. Toni Proença, não é o momento de dizer que os meios de comunicações ou quem está mais próximo ao problema que nós estamos vivenciando em relação à gripe... É grave, é muito sério o que está acontecendo. Nós vemos todos os dias; hoje temos várias crianças e adultos entubados nos hospitais da Cidade em situação gravíssima, portanto temos que levar muito a sério. O que me deixou muito preocupada, Ver. Adeli Sell... Quero solicitar a V. Exª, na presidência dos trabalhos desta Casa, que a Comissão de Saúde entre em contato com Coas, que é responsável pela Assistência Social de Porto Alegre. O Caos orientou, mesmo sabendo que estávamos vivendo um período grave, mesmo sabendo que as escolas estavam recuando neste período de agosto, que é o pior momento que nós estamos vivendo, por ser um dos invernos mais rigorosos, que os SASEs, os contraturnos ficassem no seu exercício. A Verª Maria Celeste, que preside a Frente Parlamentar, pode também nos ajudar. Eu trabalho em uma instituição chamada Cesmar, temos mais de quinhentas crianças do SASE que estão tendo que ficar em período de aula. O próprio pediatra da instituição solicitou que não ficassem dentro de sala de aula, e isso é geral.

Então o que acontece? As escolas infantis estão paradas, os colégios estão parados. A Secretária da área da Saúde cometeu o equívoco de achar que o problema seria a criança ficar em casa e não ter o que comer; quer dizer, nós podemos enterrar os nossos filhos durante esse tempo. A saúde e a educação não envolvem somente a questão da comida, ela é um complemento. Mas esse equívoco foi desfeito, está tranquilo. Só que não é possível que o Coas dê essa orientação. Então solicito, como Líder da Bancada do PCdoB - tenho certeza de que também a Bancada do PPS e todas as Bancadas aqui concordam com isto -, que imediatamente chamemos a Coordenação do Coas e que os nossos filhos fiquem em casa.

O problema não pode ser encarado como brincadeira. Não sou médica, não sou enfermeira, mas nem por isso deixo de estar inteirada da situação que estamos vivendo. Aqui temos vários médicos - o Dr. Raul, o Dr. Thiago -, todos sabem da gravidade do que estamos falando. Estão falando da cultura, e nós estamos falando da saúde, porque as coisas andam em conjunto. Nós, como formadores de opinião, que temos mais espaço para nos manifestar, temos que chamar a atenção para o fato, para que não sejamos cúmplices desse problema tão grave. E agosto, infelizmente, será o mês no qual perderemos várias pessoas.

Quero parabenizar - e não faz mais do que a sua obrigação - a Direção do Grupo Hospitalar Conceição, que não arredou pé da posição de não deixar de fazer nenhuma cirurgia. Isso significa levar a sério em 100% o SUS, mesmo diante da gravidade da gripe A no nosso País e no mundo. Muito obrigada. E parabéns para o público que está aqui. Na segunda-feira vamos aprovar a matéria referente à cultura, não só porque Deus quer, mas também porque estaremos aqui. Valeu! Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) Não há Vereadores mais inscritos.

Solicitamos a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum para que possamos entrar na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h12min.)

 

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